Wednesday, October 14, 2009

HIPERIDROSE PIORA COM O ESTRESSE, AFIRMA ESPECIALISTA MÉDICO


Antonio Rissoni Júnior

Um excesso de suor que pode ocorrer em diversas partes do corpo e aumentar sem causa aparente, a Hiperidrose é uma sudorese que ultrapassa o controle da regulação da temperatura corporal – e traz desconforto. Uma patologia comum, que atinge cerca de 0,6 a 1% da população, com aumento do suor na axila, mãos, pés e rosto ou em outra parte do corpo esclarece o médico Cirurgião Torácico, Antonio Rissoni Júnior, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, alertando que o estado emocional pode piorar o processo da Hiperidrose, levando o paciente a insegurança e tensão.

A pele é composta por dois tipos de glândulas, as apócrinas e as écrinas, porém as que estão diretamente ligadas ao processo de Hiperidrose são as écrinas responsáveis pelo controle da temperatura e o excesso de secreção. Estão localizadas nas axilas, mãos e pés. Existem cerca de 2 a 5 milhões de glândulas écrinas distribuídas por todo o corpo.

Há dois tipos de Hiperidrose, a primária e a secundária. A primária não tem causa conhecida e é resultante de fatores genéticos, se manifesta em qualquer fase da vida. Já a secundária está associada a uma causa, como a obesidade, menopausa, drogas antidepressivas, alterações endócrinas e neurológicas. Medicamentos neurológicos, psiquiátricos, morfina e excesso de hormônios da tireóide também podem desencadear a Hiperidrose.

Segundo o especialista, a doença não é grave, mas piora com a intensidade das emoções e é errôneo dizer que sua causa é emocional. “A patologia também ocorre sem situação emocional ou motivo aparente, o que muitas vezes leva o paciente ao constrangimento, dando a impressão de descontrole emocional. O indivíduo que tem Hiperidrose apresenta sudorese sob as mesmas condições de quem não tem, só que em quantidade maior e em diferentes situações. Vale lembrar que o desconforto pode surgir em qualquer temperatura, baixa ou alta”, explica Rissoni.

Geralmente os pacientes que apresentam a doença têm a “Síndrome do Gatilho da Hiperidrose”, assim que o indivíduo percebe que vai começar a suar, surge um processo de ansiedade, gerado pela própria doença, que desencadeia uma sudorese mais forte, provocando um círculo vicioso.

Existem diversos tratamentos para a Hiperidrose porém o mais eficaz e seguro é a cirurgia Simpatectomia Torácica por Videotoracoscopia, que interrompe a condução nervosa responsável pelo problema com a retirada dos gânglios nervosos. O resultado é imediato. É
utilizado na Hiperidrose palmar, axilar e facial dependendo do caso.

Após a cirurgia pode surgir a Hiperidrose Compensatória - aumento de suor em outras partes do corpo – um processo normal e leve, que desaparece com o tempo. Vale lembrar que ela não é uma complicação da cirurgia e sim um efeito colateral do tratamento.
Este procedimento cirúrgico não é recomendado aos pacientes com Hiperidrose secundária, portadores de insuficiência respiratória ou cardiovascular e com sequela de tuberculose e outras patologias que possam causar alterações anátomo funcionais no tórax.

Já os tratamentos com remédios, drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas proporcionam alívio parcial e inibem o neurotransmissor que controla as glândulas sudoríparas, age em todas as partes do corpo reduzindo a produção de suor, mas pode apresentar efeitos colaterais.

Alguns fatores podem aumentar a sudorese sem que se apresente a Hiperidrose e quem possui a doença deve evitá-los, como por exemplo, trabalhar em atividades pesadas, exercitar ou se expor ao sol em dias muito quentes, ingerir cafeína, álcool, comidas picantes, chocolate, chá, carne de porco. Algumas emoções também podem gerar suor, uma condição normal, e fazer com que o corpo perca fluído e mantenha a temperatura estabilizada.

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