Sunday, January 24, 2010

ENSINAR E LIDERAR COMO ZILDA ARNS


Eduardo Shinyashiki *

O céu ganhou mais uma estrela. Com uma vida dedicada especialmente a ajudar o próximo, Zilda Arns foi um exemplo de líder comunitária, que usou de suas principais habilidades, para conquistar o bem do próximo. Fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, Zilda se destacou mundialmente por sua luta incansável contra as doenças infantis e outros males que atingem os necessitados.

A atenção ao capital humano, ao conhecimento, as experiências e competências das pessoas nas batalhas em favor do próximo foi fundamental para a concretização de seus resultados. O reconhecimento de um ideal, de um sonho, a capacidade de estimular nas pessoas entusiasmo, criatividade, dedicação, o sentimento de pertencer a algo, enfim, os valores chamados intangíveis, não passíveis de serem medidos com números e calculadoras, foram fundamentais na construção e na manutenção de seus projetos sociais.

A missão humanitária de Zilda Arns é um exemplo de solidariedade que deve ser seguido por todas as pessoas que buscam respostas para a desigualdade social existente no planeta. As ações são como sementes, que penetram profundamente e fecundam o cérebro ao criar pensamentos e convicções. Elas constroem a realidade, cristalizam nossas emoções, modelam nossas atitudes e condiciona nossas decisões.

Zilda Arns pode ser considerada uma das maiores líderes dos últimos anos, que não hesitou em atravessar fronteiras em um gesto de amor ao próximo e não enxergou barreiras ou limites no combate à fome e à desnutrição. O líder indica a direção e verifica a rota, transmite a missão e o significado da tarefa e das ações, tentando assim, harmonizar e equilibrar as vontades e metas individuais com a coletiva. Se espelhar na brilhante e admirável trajetória de Arns é uma maneira de elevar o seu nível pessoal, profissional e humanitário.

O legado de Zilda Arns, que salvou milhões de crianças no Brasil e no mundo e deu assistência à milhares de idosos abandonados pelas famílias, nos inspira e estimula a participar de trabalhos voluntários, em um gesto de doação ao próximo. Enquanto houver pessoas como Zilda Arns no mundo, ainda haverá esperança no ser humano.

* Eduardo Shinyashiki é consultor, palestrante e diretor da "Sociedade Cre Ser Treinamentos"

Tuesday, January 19, 2010

E o valor do pedágio?


Creso de Franco Peixoto*

Pergunte para alguém se quer envelhecer. Não, é a resposta esperada. Contudo, esta pessoa deve responder sim, se pensar um pouco. Quem morre mais cedo não envelhece. Agora, pergunte se ela quer pagar pedágio. Não! Mas se ela pensar um pouco, deve, pelo menos, expressar dúvida. Lembrará que a via com pedágio fica mais segura. O pavimento é melhor.

O modelo brasileiro de administração de rodovias, vigente até meados dos anos 90, era governamental, mantido por taxas e impostos. O usuário nem pensava sobre seu custo. Talvez até achasse que a rodovia fosse gratuita. Mas, este mesmo usuário já reclamava da carga tributária.

Impostos e taxas devem melhorar a vida do cidadão, sob ações sociais ou a partir da incorporação de instalações e sistemas públicos, tais como rodovias. Mas, impostos, são caixas pretas. Não se vê o conteúdo. Não se sabe como guardam ou aplicam.
Quando se paga pedágio, o montante vai para uma caixa translúcida. Vê-se um conteúdo um tanto quanto embaçado. Contudo, as agências de controle das concessionárias são suas lentes corretoras de imagens. Se não melhorar, o ministério público tem lentes opcionais. Vêem-se suas entradas e saídas. As entradas são financeiras, dinheiro de pedágio. As saídas são os melhoramentos. Pavimentos novos, equipamentos de segurança.

Portanto, quando o cidadão reflete sobre pedágio, tende a dizer que o aprova. Mas, o que importa ao usuário, é o valor. Alto, o usuário contumaz sente no bolso. Discorda com veemência. Barato, pode estar a acobertar falha. Falha de instalações a proteger veículos que podem ir para o abismo. Abismo da mentira do mau negócio.

Em 2001, criou-se a taxa chamada Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), para manter rodovias federais, que transformou postos de combustível em verdadeiros pedágios. O valor total arrecadado por esta taxa até junho de 2009 é de 53 bilhões de Reais. Contudo, o valor pago até então, para melhorias, foi de apenas 9,8 bilhões de Reais. Como a taxa da CIDE é de 23 centavos em cada litro de gasolina, pagam-se R$ 9,20 ao se abastecer 40 litros. E o usuário nem percebe que acabou de pagar pedágio sem usar qualquer rodovia. Esta taxa corresponde a, aproximadamente, 2,5 centavos por quilômetro rodado. Contudo, as melhorias ainda não são perceptíveis nas rodovias federais. Não há serviço de socorro suficiente para salvar seus usuários. Mas há trechos repletos de pavimentos ruins, a desmotivar qualquer usuário a seguir viagem.

Os contratos das concessionárias do Estado de São Paulo exigem um pagamento para entrar no negócio, chamado outorga onerosa. É um valor comparável à compra do ponto de botequim, não incluindo outros custos. Este formato de licitação gera mais divisas para o Estado. Na década de 1990, os pedágios ajudaram o estado de São Paulo, em forte déficit. Em 2008, novas concessionárias continuaram obrigadas a pagar este valor, que onera o pedágio. E o usuário paga por melhorias em rodovias próximas, sem usá-las. Na Via D. Pedro I, o custo do pedágio é de 10 centavos por quilômetro.

Os últimos contratos de rodovias federais que cruzam o Estado de São Paulo geraram surpresa. Valores inferiores a um Real, gerando custo de 1,5 centavo por quilômetro, na Rodovia Fernão Dias. Valor baixo. Agora, as concessionárias solicitam reajuste, devido a atraso burocrático do Governo. Se efetuadas correções no valor do pedágio, usa-se um problema momentâneo para resolver outro, de longo termo. Teria se encontrado uma justificativa para a correção de valores inferiores aos necessários para a oferta do serviço.

* Creso de Franco Peixoto é Engenheiro civil, mestre em Transportes e professor do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana)

TRANSPORTE SUAS CRIANÇAS COM SEGURANÇA


Dr. Walter Cordoni Filho*

O transporte de crianças no trânsito é coisa muito séria. Não é novidade: os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte e ferimentos. Quando se trata de crianças, os dados são ainda mais alarmantes. A primeira causa de morte na faixa etária de zero aos 14 anos são os ferimentos provocados por acidentes de trânsito.

Muitas dessas mortes ou graves seqüelas que um acidente de automóvel pode provocar poderiam ser evitadas com o transporte de crianças no banco traseiro e o uso correto de assentos infantis, até os 10 anos e, a partir daí, o uso do cinto de segurança do veículo também no banco traseiro.

Considero uma conquista para a sociedade a obrigatoriedade do transporte de crianças no banco traseiro e em dispositivos apropriados para cada faixa etária até os 10 anos de idade. A partir de junho os motoristas que insistirem em transportar suas crianças sem as mínimas condições de segurança serão multados. A multa será de R$ 127,00 e o motorista terá 5 pontos na carteira de habilitação.

A “dor” no bolso, porém, é significativamente menor do que a causada pelas consequências da falta de consciência de muitos adultos. O Ministério da Saúde indica que, em 2007, os acidentes de trânsito mataram 669 crianças com idade entre zero e catorze anos. A utilização de assentos de segurança para crianças é uma das medidas mais importantes para a redução de mortes se crianças e a regra vale para qualquer que seja a distância a ser percorrida. Acidentes podem acontecer na saída da garagem ou na esquina de casa. Lembre-se de que a maioria dos acidentes ocorre em ruas com baixos limites de velocidade.

E não adianta levar a criança no colo. Um bebê que pesa 10 quilos, em um acidente de trânsito com o carro a 50 Km/h, teria o peso equivalente a 500 quilos. Ou seja, o adulto, provavelmente, não conseguiria segurar a criança, que seria jogada contra outros passageiros, o vidro dianteiro ou mesmo atirada para fora do veículo. Outro risco é a criança ser esmagada pelo adulto que a segura. Já o cinto de segurança do veículo só deve mesmo ser utilizado em crianças a partir dos 10 anos de idade, porque ele foi projetado para oferecer segurança a pessoas com, no mínimo, 1,45 metro de altura. Em crianças menores, usar apenas o cinto de segurança pode aumentar os riscos de ferimentos graves em caso de acidentes.

Algumas dicas: Crianças devem ser transportadas sempre no banco traseiro; as crianças devem ocupar o banco do meio do veículo pois terão 24% menos risco de morte no banco do meio do que se forem transportadas nos bancos laterais; Crianças com idade inferior a 1 ano (ou até 9 quilos) devem ser transportadas em cadeirinhas infantis com leve inclinação (bebê conforto), de costas para o motorista; A partir de 1 ano podem ocupar a cadeirinha, na posição vertical e voltada para frente; Quando a criança atingir 1,45 metro de altura, ela poderá usar apenas o cinto de segurança.

* Dr. Walter Cordoni Filho É médico pediatra, especialista em saúde pública, Gestão hospitalar, Medicina do Trânsito, Medicina do Trabalho e Medicina Ambiental (www.doutorwaltercordoni.com.br)

Monday, January 04, 2010

Empresa e colaboradores: aproveitar as oportunidades para crescer juntos


Jaime Martins*

O Brasil passa por um período próspero. A escolha do país como sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 e a descoberta de petróleo na camada pré-sal prometem impulsionar a economia e beneficiar empresas e indústrias. O mercado aquecido intensifica a procura por mão de obra especializada. Mas empresas e funcionários tendem a buscar novas oportunidades fora da empresa, perdendo a chance de crescer juntos e aproveitar melhor a situação econômica favorável.

Quando as contratações aumentam é normal o colaborador se sentir atraído pela promessa de melhores cargos ou salários. É como diz o ditado, “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Mas não são raros os casos de pessoas que trocam uma situação promissora por algo incerto sem analisar bem a situação, e depois de feita a mudança se dão conta de que expectativas e realidade são bem diferentes. Às vezes as pessoas têm frustrações com seu momento profissional e de carreira e a busca por um novo emprego parece ser a melhor solução.

Entrevistas e o processo de contratação em geral são muito positivos, mas nem sempre refletem a realidade da empresa contratante, não garantem que o profissional será encaixado em uma equipe que tenha seu perfil, que se adaptará à cultura existente ou mesmo que terá boa química com o novo supervisor. Trocar de empresa pode funcionar apenas em curto prazo, e os problemas podem até piorar, se as razões objetivas da mudança não forem bem analisadas.

Os gestores também costumam compartilhar dessa visão de curto prazo. Muitas empresas arriscam contratando novos funcionários para cargos importantes por não querer lidar com questões internas, que já são conhecidas e justamente por isso poderiam ser mais facilmente trabalhadas. Muitas vezes consideram que o candidato externo oferece mais vantagens que o interno, quando na verdade a maior vantagem que trazem é que são desconhecidos.

As melhores oportunidades muitas vezes estão dentro da própria empresa. Colaborador e empresa precisam conversar para identificar o potencial de ambas, apostar nos seus pontos fortes e trabalhar juntas nos pontos fracos.

A empresa deve conhecer melhor o perfil dos diferentes membros de sua equipe. Parte de sua responsabilidade é desenvolver pessoas, assumir riscos e apostar no desenvolvimento de seus colaboradores. É essencial criar um programa de avaliação de performance e de potencial e aplicá-lo na prática, ajudando a desenvolver o capital humano interno para, na hora de contratar, encontrar aí profissionais preparados.

Já o profissional pode aplicar princípios básicos de gestão de carreira e planejar seu futuro profissional de forma cuidadosa. Para começar, deve estar consciente do que gosta de fazer e do que gostaria de fazer no futuro, e quais são seus pontos fortes. Depois, é hora de analisar as tendências do mercado e a situação de seu empregador. A empresa está alinhada com o momento de crescimento; está se posicionando? Quais oportunidades serão geradas no futuro? Estas oportunidades estão de acordo com suas expectativas? Etc..Com base nestas informações o empregado pode estabelecer seus objetivos de carreira.

Ao antecipar as necessidades de mão de obra de seu empregador, o colaborador pode compará-las com seus interesses profissionais e preparar-se para aproveitar as oportunidades que surgirem. Após reconhecer suas fortalezas, é hora de identificar deficiências. Falta o domínio de um segundo idioma, melhorar a habilidade de comunicação, fortalecer a base acadêmica com cursos complementares? Com um plano de ação estruturado e discutido com a empresa, o profissional pode preparar-se para se transformar no melhor candidato para a vaga que deseja.

O mais importante é que empregador e empregado sempre compartilhem suas aspirações e descobertas. Transparência e parceria permitem que ambos aproveitem o bom momento econômico e que cresçam juntos. Dessa forma minimizam o risco de frustrações ou decepções e constroem uma relação mais duradora e produtiva para ambos.

*Jaime Martins é diretor de Recursos Humanos para a América Latina da CH2M Hill

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