Sunday, October 18, 2009

Economia cresce no segundo trimestre de 2009


Carta de Conjuntura apresenta dados da recuperação econômica; mas indústria ainda reage lentamente

"A economia brasileira atravessa um período de absoluta tranquilidade em vista da dimensão da crise internacional". A frase do coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg, resume a tônica do boletim Carta de Conjuntura de setembro.

Acompanhado pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicos do Instituto, João Sicsú, o técnico do Ipea apresentou no Escritório da Presidência da República, em São Paulo, dados sobre a recuperação da economia no segundo trimestre de 2009, algo já aguardado, segundo os economistas.

"Tivemos um colapso da taxa de investimento do terceiro para o quarto trimestre de 2008, o que fez a produção industrial despencar. A crise do ponto de vista doméstico é da indústria. A economia se segura pelo serviço, pela demanda, pelas exportações", afirmou Messenberg.

Com crescimento já no segundo trimestre de 2009, a economia saiu da classificação técnica de uma recessão - dois trimestres de crescimento negativo, no caso, o último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009. A taxa de desemprego em todo o período foi um dos destaques.

Empregos

"Temos uma taxa de desemprego, em torno de 8%, considerada bastante aceitável para um período de recuperação econômica. Empregos formais crescem mês a mês de forma bastante positiva. Não tínhamos esse dado quando elaboramos a Carta de Conjuntura, mas, em setembro, foram criadas 250 mil vagas, metade delas no segmento mais atrasado no processo de recuperação, a indústria", ressaltou João Sicsú.

Ainda assim, a indústria, segundo Messenberg, eliminou no acumulado do ano, 61 mil postos de trabalho. A Carta de Conjuntura trouxe números sobre inflação, finanças públicas, crédito e setor externo. "A redução da fragilidade externa do País, nosso calcanhar-de-aquiles, foi crucial para a retomada", disse Messenberg.

O diretor Sicsú destacou também a posição favorável do Brasil quanto às suas finanças públicas. "Nossas receitas caíram em relação a 2008, mas era esperado, na medida em que em 2009 o crescimento seria menor. Mas nosso déficit nominal acumulado é da ordem de 3%, o que é confortável, em vista das medidas anticíclicas tomadas pelo governo".

Já a previsão do Ipea para o crescimento do PIB se mantém entre 0,2% a 1,2%. "Mas estamos agora muito mais próximos de 1,2%", frisou Sicsú.

Friday, October 16, 2009

Abrir mercados

Milton Lourenço*

O comércio exterior apresentou, em maio, números preocupantes, com superávit comercial de US$ 2,6 bilhões (média diária de US$ 132 milhões), o que representou uma queda de 28,6% em relação a abril deste ano (US$ 3,7 bilhões) e 34,9% abaixo que o de maio de 2008 (US$ 4 bilhões), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações em maio foram de US$ 11,9 bilhões (média diária de US$ 599 milhões), resultando em queda de 2,7% em relação a abril último (US$ 12,3 bilhões) e de 37,9% na comparação com maio do ano passado (US$ 19,3 bilhões).


Já as importações de maio, por sua vez, totalizaram US$ 9,3 bilhões (média diária de US$ 466 milhões), apresentando crescimento de 8,4% sobre abril deste ano (US$ 8,6 bilhões) e retração de 38,7% sobre o mesmo período de 2008 (US$ 15,2 bilhões).


A corrente de comércio do período alcançou US$ 21,3 bilhões (média diária de US$ 1 bilhão). Em relação a abril de 2009 (US$ 20,9 bilhões), foi registrado crescimento de 1,9%, mas houve redução de 38,3% sobre igual período do ano anterior (US$ 34,5 bilhões).


É de lembrar, porém, que as diferenças só não foram maiores porque, em abril e maio do ano passado, houve uma greve dos fiscais da Receita Federal, que afetou sensivelmente a movimentação de cargas nos portos naquele período. Os dados refletem bem a situação de crise interna da economia brasileira, a partir do reconhecimento do governo de que o País está em recessão, depois de uma retração de 1,8% no primeiro trimestre de 2009 em comparação com igual período do ano passado. É de observar que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) só não foi maior porque 80% da produção industrial estão voltados para o mercado interno.


Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as exportações em 2009 deverão cair 20% em média, mas isoladamente as vendas de produtos manufaturados para o exterior vão sofrer um baque de 35%. A diferença ficará por conta de commodities que devem cair bem menos.


Com a desaceleração mundial, se o País não quiser continuar a acumular maiores perdas, precisará encontrar nos países emergentes o mercado para os seus produtos, especialmente Rússia, Índia e China, que formam, juntamente com o Brasil, a sigla Bric, que representa as nações em desenvolvimento que podem continuar a crescer (ainda que menos) neste momento de crise. Mas não é o que se vê. Além de esperar muito para agir, o governo tem lançado iniciativas tímidas que, dificilmente, irão reativar a economia, limitando-se a buscar novas medidas de estímulo em políticas que não exijam desonerações de impostos. Externamente, o governo concentra-se, nos dias atuais, numa missão a mercados africanos, que não devem ser desprezados, mas que não representam nenhuma tábua de salvação para os produtos brasileiros. E que entram aqui apenas para que o governo tenha o argumento de que está procurando diversificar mercados, quando a questão é outra, ou seja, a perda de espaço em mercados tradicionais.


Para recuperar esse espaço e avançar nos mercados dos países emergentes, na verdade, o que se esperava é que o governo adotasse uma política mais agressiva, participando mais de feiras, fazendo marketing e, mais importante, colocando em funcionamento um Export-Import Bank nacional que venha, de fato, a fomentar as exportações, idéia que só nos últimos dias ganhou consistência. Tudo isso, porém, deve ser feito sem se deixar de atacar os obstáculos internos que dificultam uma maior inserção do Brasil no comércio mundial, como as reformas previdenciária, fiscal e trabalhista, que reduziriam a carga tributária, e o investimento limitado que se faz em bens públicos (segurança, infra-estrutura, educação e saúde).


Só assim o País poderá continuar a fazer jus a sua inclusão no Bric, que inclui países com grandes populações e altas taxas de crescimento. Até agora, a liderança nesse grupo, termo criado pelo norte-americano Jim O´Neill, economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs, pertence a China, que cresceu 8,6% ao ano na última década. Para se manter como um Bric, o Brasil precisa crescer entre 3% e 3,5% ao ano pelas próximas décadas, segundo O´Neill.


É de registrar que o País vinha crescendo a 5% e 6%, mas, em função da crise, na previsão otimista do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é de se esperar em 2009 uma alta de 1% a 2%, o que não seria o fim do mundo nas atuais circunstâncias. Para que essa previsão se concretize, porém, é preciso que antes o governo adote medidas que possam destravar o comércio exterior. Não será com o anúncio de missões ao continente africano ou de que o governo está procurando reduzir a burocracia que o País vai chegar lá. Esse discurso é sempre retomado em épocas de dificuldades, como pode descobrir quem se dispor a pesquisar jornais velhos. E não leva a nada de muito significativo.

*Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Centro de Logística de Exportação (Celex), de São Paulo-SP.

Wednesday, October 14, 2009

HIPERIDROSE PIORA COM O ESTRESSE, AFIRMA ESPECIALISTA MÉDICO


Antonio Rissoni Júnior

Um excesso de suor que pode ocorrer em diversas partes do corpo e aumentar sem causa aparente, a Hiperidrose é uma sudorese que ultrapassa o controle da regulação da temperatura corporal – e traz desconforto. Uma patologia comum, que atinge cerca de 0,6 a 1% da população, com aumento do suor na axila, mãos, pés e rosto ou em outra parte do corpo esclarece o médico Cirurgião Torácico, Antonio Rissoni Júnior, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, alertando que o estado emocional pode piorar o processo da Hiperidrose, levando o paciente a insegurança e tensão.

A pele é composta por dois tipos de glândulas, as apócrinas e as écrinas, porém as que estão diretamente ligadas ao processo de Hiperidrose são as écrinas responsáveis pelo controle da temperatura e o excesso de secreção. Estão localizadas nas axilas, mãos e pés. Existem cerca de 2 a 5 milhões de glândulas écrinas distribuídas por todo o corpo.

Há dois tipos de Hiperidrose, a primária e a secundária. A primária não tem causa conhecida e é resultante de fatores genéticos, se manifesta em qualquer fase da vida. Já a secundária está associada a uma causa, como a obesidade, menopausa, drogas antidepressivas, alterações endócrinas e neurológicas. Medicamentos neurológicos, psiquiátricos, morfina e excesso de hormônios da tireóide também podem desencadear a Hiperidrose.

Segundo o especialista, a doença não é grave, mas piora com a intensidade das emoções e é errôneo dizer que sua causa é emocional. “A patologia também ocorre sem situação emocional ou motivo aparente, o que muitas vezes leva o paciente ao constrangimento, dando a impressão de descontrole emocional. O indivíduo que tem Hiperidrose apresenta sudorese sob as mesmas condições de quem não tem, só que em quantidade maior e em diferentes situações. Vale lembrar que o desconforto pode surgir em qualquer temperatura, baixa ou alta”, explica Rissoni.

Geralmente os pacientes que apresentam a doença têm a “Síndrome do Gatilho da Hiperidrose”, assim que o indivíduo percebe que vai começar a suar, surge um processo de ansiedade, gerado pela própria doença, que desencadeia uma sudorese mais forte, provocando um círculo vicioso.

Existem diversos tratamentos para a Hiperidrose porém o mais eficaz e seguro é a cirurgia Simpatectomia Torácica por Videotoracoscopia, que interrompe a condução nervosa responsável pelo problema com a retirada dos gânglios nervosos. O resultado é imediato. É
utilizado na Hiperidrose palmar, axilar e facial dependendo do caso.

Após a cirurgia pode surgir a Hiperidrose Compensatória - aumento de suor em outras partes do corpo – um processo normal e leve, que desaparece com o tempo. Vale lembrar que ela não é uma complicação da cirurgia e sim um efeito colateral do tratamento.
Este procedimento cirúrgico não é recomendado aos pacientes com Hiperidrose secundária, portadores de insuficiência respiratória ou cardiovascular e com sequela de tuberculose e outras patologias que possam causar alterações anátomo funcionais no tórax.

Já os tratamentos com remédios, drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas proporcionam alívio parcial e inibem o neurotransmissor que controla as glândulas sudoríparas, age em todas as partes do corpo reduzindo a produção de suor, mas pode apresentar efeitos colaterais.

Alguns fatores podem aumentar a sudorese sem que se apresente a Hiperidrose e quem possui a doença deve evitá-los, como por exemplo, trabalhar em atividades pesadas, exercitar ou se expor ao sol em dias muito quentes, ingerir cafeína, álcool, comidas picantes, chocolate, chá, carne de porco. Algumas emoções também podem gerar suor, uma condição normal, e fazer com que o corpo perca fluído e mantenha a temperatura estabilizada.

Quando Trabalho Vira Prazer


Rick Boxx

Estabelecemos inúmeros objetivos ao longo de nossa carreira profissional. Mas para muitos, a aposentadoria aos 65 anos – ou antes, se possível – parece ser o principal. Mas com os ventos da economia soprando desfavoravelmente, consumindo a poupança de milhões de investidores, muitos aposentados em potencial tiveram a necessidade de rever substancialmente seus planos.

Apesar de tudo, grande número de profissionais e empresários inicia sua jornada de trabalho sonhando com o dia em que arrumarão suas coisas no escritório pela última vez e começarão uma nova vida de relativo lazer, sem ter que lidar com as pressões e prazos do cotidiano das corporações. Quando esse dia chegar, muitos escolherão atividades como golfe, jardinagem ou viagens, fazendo delas o foco central de seu tempo e energia. No processo de embarcar numa nova fase da vida, contudo, eles deixam para traz anos de sabedoria e experiência.

Por tudo isso a história de Waldo McBurney, de Quinter, Kansas, EUA, que se tornou tema de programas de TV e artigos de jornal, nos parece bem revigorante. Waldo McBurney foi declarado o trabalhador mais idoso da América em 2006, aos 104 anos! Sua carreira profissional foi literalmente da época das charretes a cavalo, à era dos computadores. Recebeu o primeiro salário em 1915, aos 13 anos, conduzindo cavalos que puxavam uma debulhadora de trigo.

Na década de 50 abriu um negócio de lavagem de sementes, empreendimento mantido até completar 91 anos. A essa altura, entretanto, ao invés de se aposentar, ele transformou sua criação de abelhas, um hobby de décadas, em outro empreendimento: venda de mel. Finalmente em 2008 ele vendeu seu negócio, admitindo que já era hora de “diminuir o ritmo”. Morreu em julho, aos 106 anos, deixando um rico e digno legado de trabalho.

Aparentemente McBurney não continuou trabalhando por necessidade. Existiam outros interesses. Por exemplo, ele gostava de correr desde que era criança e, aos 65 anos, passou a dedicar-se a corridas de longa distância. Chegou a competir nas Olimpíadas Sênior, World Masters e outras competições, conquistando 10 medalhas de ouro. Continuou a participar de corridas até 2004, quando escreveu sua autobiografia, “My First 100 Years: A Look Back from the Finish Line" (Meus Primeiros 100 Anos: Um Retrospecto à Linha de Chegada)”.

McBurney não tinha um estilo de vida de desperdício. Geralmente caminhava os poucos quarteirões que separavam sua casa do escritório. Dispunha de recursos suficientes para se aposentar com conforto, mas percebeu o valor do trabalho e extraiu grande prazer de suas atividades vocacionais. Relaxar numa cadeira de balanço, passar o dia vagueando pelo jardim ou passeando no parque, aparentemente não o atraíam nem um pouco.

O rei Salomão, reputado o homem mais sábio da história, bem poderia estar se referindo ao Sr. McBurney quando escreveu em Eclesiastes 5.19-20: “E quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e ser feliz em seu trabalho, isso é um presente de Deus. Raramente essa pessoa fica pensando na brevidade de sua vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração.”

Usar as habilidades e talentos que Deus lhe deu em uma ocupação que você gosta, pode muito mais encher seu coração de alegria, que a “tradicional” aposentadoria aos 65 anos. Decida-se a não perder o melhor que Deus tem para seus próximos anos.

HÁ MALES QUE VÊM PARA BEM

Prof. Nicolau Marmo*

O novo ENEM terá duas finalidades: avaliar o Ensino Médio e selecionar alunos para as universidades federais. Tende a não ser eficiente, nem em uma coisa, nem na outra, pois é difícil harmonizar num único exame duas expectativas tão distintas.

O MEC faria melhor se mantivesse o ENEM como exame avaliador do Ensino Médio, tornando-o obrigatório, e elaborasse uma prova específica para o vestibular unificado das universidades federais, balizada nos princípios dos PCNs.

No que se refere à quebra de sigilo, foi uma surpresa acontecer na gráfica. Previa-se que isso pudesse ocorrer em um dos 10.000 postos de exame espalhados por esse Brasil afora.

• Que conseqüências para os alunos trouxe a mudança de datas do novo ENEM?
Há males que vêm para bem. Como disse o senhor Ministro, os alunos terão mais tempo para estudar. Acrescentamos: e as escolas poderão terminar os programas.
• O que os alunos acharam da prova que não foi realizada?
Questões fáceis, porém com enunciados longos, cansativos, que exigem muita concentração, leitura cuidadosa. Consideram o número de testes exagerado para o tempo disponível.
• O que os professores acharam dessa prova?

Aproximadamente 70% das questões estão adequadas à avaliação do Ensino Médio, uma vez que para esse fim não se costuma cobrar conteúdo. 30% das questões serviriam para selecionar candidatos, se não fosse a despreocupação em relação à abrangência dos principais tópicos do programa. A distribuição dos assuntos foi aleatória. Para exemplificar, não constaram questões de Eletricidade, Óptica, Oscilações e Acústica.

• Como agiram os diversos vestibulares quanto à coincidência de datas de provas?
Alguns desistiram do ENEM e outros alteraram suas datas.
• A FUVEST desistiu do ENEM. Isso trará algum prejuízo para o seu vestibular?
Não, ao contrário, trará benefícios. O ENEM tem sido um intruso no processo de seleção da FUVEST. Como cansamos de afirmar: ENEM significa Exame Nacional do Ensino Médio.

*Prof. Nicolau Marmo é coordenador geral do Sistema Anglo de Ensino. Desde a década de 50, atua na preparação de estudantes para os principais vestibulares do país

Jornal BLEH!

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