Os pets, num procedimento sem dores e contraindicação, podem salvar muitos cães e gatos vítimas de acidentes e doenças crônicas ou agudas doando sangue. Da mesma forma que hospitais e laboratórios solicitam doadores para salvar vidas humanas, os veterinários também fazem parte dessa luta.
Muitos tutores não sabem como funciona esse processo tão importante para salvar vidas nos hospitais veterinários, por isso, alguns mitos são alimentados, aumentando a defasagem de doadores nos bancos de sangue.
Via de regra o processo é muito parecido com o realizado em seres humanos e é extremamente seguro para o pet. Apenas 450 ml de sangue doado por um cão pode salvar outros em situação crítica, seja por atropelamentos, cirurgias de emergência ou doenças crônicas.
A doação se inicia após uma tricotomia, que é a retirada dos pelos na região de coleta e, claro, antissepsia do local. O sangue é coletado diretamente na bolsa apropriada, sob constante agitação para homogeneizar e evitar a formação de coágulos.
Embora o incômodo seja pequeno se comparado com a grandiosidade do ato e rapidez do procedimento, administrar sedativos é uma opção, mas somente para os animais realmente muito agitados, que não ficam quietos por um tempo de 15 ou 20 minutos, por exemplo.
Os cachorros que podem doar possuem idade a partir de um ano, peso mínimo de 25 quilos, devem estar com vacinação e vermifugação atualizadas, controle de carrapatos e pulgas em dia e, preferencialmente, ter comportamento tranquilo.
Para o caso das fêmeas, é proibida a doação se estiverem prenhes ou no cio. Todos os animais passam por criteriosos exames clínicos e laboratoriais, momentos antes da coleta das bolsas de sangue, visando assim atestar a saúde do doador de sangue.
Os mesmos requisitos são obrigatórios para felinos doadores. Porém, os gatos devem ter entre um e sete anos e peso mínimo de quatro quilos. Os doadores de sangue com histórico de doenças infecciosas ou que tenham recebido transfusão não podem doar.
Outra grande dúvida dos tutores é sobre a tipagem dos pets, mas o processo de transfusão precisa ser entre animais de mesma espécie, independente da raça. Enquanto nós, humanos, temos sangues dos tipos A, B, AB e O, os gatos contam com três tipos sanguíneos e os cães possuem 13. É essencial que o veterinário responsável pelo procedimento avalie criteriosamente esses precedentes antes de realizar a transfusão sanguínea.
Os cães vítimas de hemoparasitoses como, por exemplo, a doença do carrapato e de linfomas são os que mais precisam de doações. No caso dos gatos, a leucemia felina é a principal urgência para bolsas de sangue. Porém, atropelamentos, picadas de cobras, intoxicações, problemas renais e no pâncreas também demandam necessidade de transfusões.
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