Nos últimos anos o Brasil vem enfrentando um desafio que vem do céu: o País é o líder mundial em incidência de raios. Segundo o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, mais de 835 pessoas perderam a vida devido a descargas elétricas nos últimos dez anos.
"O Brasil é o maior país do mundo em uma zona entre os trópicos, região em que a formação de tempestades e a queda de raios tende a ser maior do que em qualquer outro lugar. A partir do estudo podemos ver que há uma correlação inversa entre o Produto Interno Bruto (PIB) dos estados e o número de vítimas, indicando que a pobreza e a falta de informação são aliadas mortais. No caso do Brasil, as mudanças climáticas intensificam este cenário", diz o engenheiro Lucas Tomazi Durand, coordenador adjunto da Escola de Engenharia do Centro Universitário UniOpet.
O Brasil, que já era o campeão mundial de incidência de raios com cerca de 78 milhões de eventos por ano, enfrenta um aumento neste número ano após ano. As ondas de calor, seguidas de tempestades elétricas, são um novo padrão recorrente no País. De cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre em solo brasileiro.
Durand enfatiza a importância da educação e da infraestrutura adequada. "Precisamos integrar engenharia, meteorologia e educação para combater este problema. A conscientização deve começar nas escolas e se estender às comunidades mais vulneráveis", afirma.
Para se proteger, Durand aconselha evitar áreas abertas durante tempestades, desconectar aparelhos elétricos e buscar abrigo em estruturas resistentes e não-metálicas.
"O Brasil, uma potência em diversidade natural, enfrenta um desafio cada vez mais comum e letal. Por isso, a união de esforços entre governo, especialistas e cidadãos é crucial para transformar este cenário. Com informação, prevenção e tecnologia, podemos ver uma redução no número de incidentes por raios”, finaliza o engenheiro.
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