A partir do outono e principalmente no inverno, começamos a tirar agasalhos e cobertores pesados do armário e é bom lembrar que os animais de estimação também gostam de ficar quentinhos.
No caso dos pets exóticos, como calopsitas, jabutis, coelhos, serpentes entre outros, os cuidados devem ser redobrados, afinal as baixas temperaturas também mexem com o metabolismo desses animais, podendo causar desconforto, doenças e até situações bem mais graves.
É importante definir o que é frio para as espécies exóticas. “É a temperatura abaixo de um gradiente de conforto térmico, ideal para ativar o metabolismo dos animais. Cada espécie apresenta uma temperatura ótima. Para uma jiboia, por exemplo, ela fica entre 23 e 30 graus Celsius; abaixo disso, já é frio para a espécie”, explica o médico-veterinário Isaac Albuquerque.
Répteis e peixes têm mais problemas com as temperaturas nesta época do ano, pois são animais que necessitam de fontes externas para manter a temperatura corporal num nível de conforto. Por isso, para manter o metabolismo regulado, quem cria animais como cágados, tigres d’água e serpentes deve manter equipamentos como termostatos e lâmpadas de aquecimento em aquários e terrários.
As aves também são sensíveis às baixas do termômetro, pois possuem temperatura corporal normal de 42 graus. A médica-veterinária Karolina Vitorino, esclarece: “quem tem calopsitas, cacatuas e papagaios, por exemplo, e vive onde o termômetro baixa dos 18 graus, vale investir em aquecedor portátil, cobertores nas gaiolas e manter os animais em ambientes mais aquecidos, longe de janelas abertas, varandas e quintais.”
É recomendado um termômetro de parede, para controlar a temperatura ambiente, colocar as aves para dormir mais cedo e acordá-las mais tarde, isto é, deixar a gaiola coberta por um período maior. A médica-veterinária sugere, ainda, que a gaiola fique parcialmente coberta também durante o dia e nada de banheira de água ou água borrifada nos animais, expedientes necessários e saudáveis em períodos quentes, como no verão.
Por outro lado, roedores, como chinchilas e hamsters, ficam a mil por hora no frio, mais ativos e brincalhões. Vitorino explica que é no calor que sentem desconforto, quando são comuns casos de morte pela subida excessiva da temperatura corporal.
As principais doenças observadas nos animais silvestres e exóticos, em decorrência da baixa temperatura, são pneumonia, bronquite, congestão e sinusite. Nas aves, o período do inverno coincide com a muda de penas, o que demanda esforço extra do organismo e pode gerar imunodepressão.
Alguns sintomas indicam o desconforto com o frio. Por isso, os tutores devem ficar alertas para identificar letargia, redução ou perda do apetite e baixa digestão. No caso das aves, podem ocorrer penas eriçadas, forma de criar uma barreira entre a temperatura corporal e a do ambiente externo, patinhas e bico roxos e tremores.
Coelhos e porquinhos da índia, que circulam mais no chão das casas, podem também desenvolver doenças respiratórias, por isso, é importante evitar que permaneçam em ambientes frios e úmidos.
Outros cuidados incluem, ainda, oferecer alimentos e água em temperatura ambiente. Caso frutas, legumes e verduras estejam guardados na geladeira, o indicado é retirá-los um pouco antes. Se houver necessidade, o médico-veterinário pode indicar o consumo de suplementos.
Instintivamente animais silvestres e selvagens demoram a manifestar sinais clínicos quando adoecem. Na natureza, as fraquezas se tornam oportunidades para os predadores. Mais um motivo para que os pets exóticos passem, no mínimo, uma vez ao ano, por consulta de rotina com médico-veterinário especializado, para check-up e orientação ao tutor quanto ao manejo e comportamento da espécie escolhida. E, em caso de dúvidas ou sintomas suspeitos, é preciso levar o animal à clínica de confiança.
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