Ter os insumos mais próximos da linha de produção e diminuir a dependência de grandes transportes por contêiner é uma alternativa que pode ser viável
Marcos Bregantim*
A falta de matéria-prima traz efeitos logísticos e operacionais negativos para a economia. Aliadas a isso temos agora as consequências da guerra na Ucrânia e o recente lockdown na China, com fechamentos das cidades de Xangai e Pequim.
Durante o seminário “Compras Automotivas – A normalização da produção e as novas oportunidades de nacionalização” ficou claro que esse cenário de incertezas tem levado as empresas a reverem suas estratégias e parcerias globais.
Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, entende que as necessidades criadas nos últimos dois anos fizeram a indústria rever o conceito em que a ideia era privilegiar grandes polos produtores com baixo custo de produção em detrimento de um fornecimento local.
Outro fator importante que joga a favor da valorização e ampliação da indústria local é o alto custo do frete, que em alguns casos aumentou seis vezes desde o início da pandemia.
Ter os insumos mais próximos da linha de produção e diminuir a dependência de grandes transportes por contêiner é uma alternativa que pode ser viável.
Mas as fornecedoras de autopeças precisam tornar a cadeia produtiva mais competitiva para atender a atual demanda reprimida. De acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, somente nesse ano de 2022 14 das 59 fábricas de veículos automotores instaladas no Brasil tiveram períodos de paralisação em função da falta de semicondutores.
Para aumentar a competitividade são necessárias iniciativas como melhorar continuamente os processos de modernização das plantas, capacitação profissional e investimentos em P&D e tecnologia e a redução do custo Brasil, entre outras ações.
Nesse contexto o uso dos Regimes Especiais na sua totalidade, em várias frentes, em conjunto com incentivos e benefícios tributários permeando toda a cadeia produtiva ganham mais importância e relevância.
Uma redução de custo mais efetiva passa por uma gestão inovadora e eficaz dos Regimes Especiais, com um bom planejamento e avaliação dos melhores cenários, a colaboração entre clientes e fornecedores para a obtenção de benefícios, com a redução de custos e monetização dos créditos tributários, é possível alcançar a melhor relação entre máximo ganho e mínimo risco.
*Marcos Bregantim é o CEO da Becomex
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