
O que passou não pode ser alterado, mas o presente ainda pode ser vivido de maneira mais próxima

Os dias passam em um ritmo constante, mas a percepção do tempo muda conforme os momentos vividos. Na relação entre pais e filhos, essa sensação se intensifica. Quando os filhos ainda são pequenos, há sempre a impressão de que haverá tempo para aproveitar mais. Quando já são adultos, fica a reflexão sobre o que poderia ter sido diferente.
Tenho três filhos: Amanda, de 30 anos; Serginho, de 26; e Mateus, de 20. Hoje, cada um seguiu seu caminho. Amanda já está casada, Serginho mora com a mãe e Mateus vive em Campinas, onde estuda na Unicamp. Não moro com nenhum deles e, embora não me veja como um pai ausente, percebo que poderia ter aproveitado mais a infância deles.
A rotina e os compromissos diários muitas vezes parecem justificar a falta de tempo. O trabalho, as responsabilidades e os desafios diários acabam ocupando espaço que poderia ser preenchido com pequenas atividades ao lado dos filhos. Passeios ao parque, voltas pelo bairro, brincadeiras sem pressa. Pequenos momentos que, na época, pareciam comuns, mas que hoje fariam diferença na lembrança do que foi vivido.
Essa percepção não é exclusiva. Muitos pais compartilham essa sensação quando os filhos crescem. A infância passa rápido, e quando se percebe, eles já são adultos. Talvez seja essa a razão para os avós serem tão próximos dos netos. Quando eram pais, provavelmente, ao verem seus filhos adultos, perceberam que poderiam ter feito mais. Agora, com os netos, aproveitam da melhor maneira possível os momentos que passam juntos, tentando viver o que antes sentiram que faltou.
O que fazer com essa reflexão? Para quem ainda tem filhos pequenos, o conselho é claro: aproveitem o tempo juntos. Pequenos momentos podem se tornar grandes lembranças no futuro. Para quem, como eu, tem filhos já adultos, a relação pode continuar sendo construída, de outras formas, respeitando os caminhos que escolheram seguir. E, no futuro, quando os netos chegarem, será uma nova oportunidade de viver esse vínculo de maneira diferente.
O tempo não volta, mas as relações podem sempre ser cultivadas. O que passou não pode ser alterado, mas o presente ainda pode ser vivido de maneira mais próxima. A experiência acumulada pode servir para que novas gerações construam laços mais fortes e duradouros.
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