Marcos Gonzalez*
Com média diária de 9,2 mil veículos emplacados (o melhor desempenho deste ano), a indústria automotiva respira aliviada com os resultados positivos do terceiro trimestre de 2022.
Depois do sobressalto do primeiro trimestre do ano com resultados magros em decorrência da falta de componentes eletrônicos, a partir de abril o mercado esboçou reação e, no segundo semestre, apontou para tendência de fortalecimento da demanda harmonizado, também, com melhora na capacidade de oferta de produtos.
Na soma dos meses de julho, agosto e setembro, a produção de autoveículos foi de 665 mil unidades, 11,6% a mais que no trimestre anterior. Sob o mesmo ângulo de comparação, as vendas cresceram 14,3%, mas as exportações recuaram 15,2%.
Os dados, divulgados pela Anfavea, entidade que congrega as montadoras de veículos no Brasil, animaram a indústria que espera expansão ainda mais forte das vendas neste último trimestre de 2022 e um 2023 mais animador.
Na comparação de setembro com agosto, a produção de 207,8 mil autoveículos foi 12,7% menor, os emplacamentos de 194 mil recuaram 7% e as exportações de 28,5 mil caíram 39%, em função das recentes restrições impostas pela Argentina, do esgotamento da cota de isenção para a Colômbia e de problemas logísticos. Porém, quando comparados a setembro de 2021, todos os índices melhoraram: 19,3% de alta na produção, 25,1% nas vendas e 19,3% nas exportações.
Quando o parâmetro é o acumulado do ano, houve ganhos na produção (6,3%) e nas exportações (31,2%), além de leve recuo nos emplacamentos (4,7%). O segmento com recuperação mais consistente é o de ônibus (que amargou baixas significativas durante os dois anos mais agudos da pandemia – 2020 e 2021), com alta acumulada no ano de 63,6% na produção, 8,8% nos licenciamentos e 39% nos embarques para outros países.
Em caminhões a estabilização já é um bom sinal. Setembro fechou com 11,5 mim unidades emplacadas acumulando, neste ano, 93,2 mil veículos comercializados contra 95,3 mil unidades emplacadas no mesmo período do ano passado com queda de 2,2%. Mas é preciso avaliar a falta de componentes do início do ano que prejudicou muito a entrega dos produtos. A demanda, neste setor, segue aquecida especialmente em função das boas safras de grãos.
Produção e exportação continuam em expansão e tudo indica que, no último trimestre deste ano, as vendas internas seguirão com tendência de alta o que vai, certamente, permitir um início de 2023 bem melhor do que como a indústria começou este ano.
*Marcos Gonzalez é o diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex. Formado em Engenharia, com pós-graduação em Administração e MBA em Gestão Fiscal e Tributária, o executivo acumula mais de 35 anos de experiência profissional em empresas do setor automotivo. Gonzalez tem sólida carreira desenvolvida em empresas multinacionais com forte experiência na prospecção e desenvolvimento de novos negócios e habilidade multicultural adquirida no desenvolvimento de atividades comerciais junto a clientes no exterior.
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