Primeiro dia para Aparecida teve emoção e uma situação inusitada

Eu, Biro, Marcio e Deva demos um jeito de descansar para seguirmos em frente

A cada ano, no início de outubro, eu, Sérgio Dias, preparo minhas malas e o coração para uma caminhada muito especial. Hoje, 7 de outubro, às 5h45, dei início a mais uma jornada em direção à cidade de Aparecida, a terra da Santa Padroeira.

A saída foi simbólica, no encontro das rodovias Dutra e Fernão Dias, na divisa entre São Paulo e Guarulhos. Ali começava uma aventura que, após 180 quilômetros de estrada, vai culminar na chegada ao Santuário Nacional de Aparecida no dia 11 de outubro. Dessa vez, além de mim, meus amigos de longa data e companheiros de caminhada estavam presentes: o veterano Biro e os novatos Marcio Pereira e Deva.

O início da caminhada é sempre marcado por uma mistura de ansiedade, alegria e emoção. Com mochilas leves (nem tanto, não é mesmo, Marcio?), mas cheias de expectativas, seguimos em direção ao destino, trocando ideias e histórias para tornar os primeiros quilômetros mais leves.

Essa combinação de fé e amizade torna cada passo especial. Para mim, essa peregrinação é muito mais do que uma caminhada física. É uma jornada de reflexão, superação e gratidão. Com o apoio dos meus amigos, seguimos firmes, sabendo que não seria fácil, mas contando com o suporte do serviço de apoio que nos acompanhava.

Em dois momentos, durante paradas estratégicas, recebemos massagens que aliviavam o cansaço e renovavam nossas forças. A sensação de bem-estar após essas paradas era indescritível e essencial para mantermos o ritmo.

Entre as muitas histórias dessa caminhada, destaco duas paradas memoráveis que me marcaram profundamente. Em Arujá, fomos presenteados com um cachorro-quente incrível, daqueles de dar água na boca só de lembrar. O detalhe das duas salsichas fez toda a diferença!

Mas o que realmente se destacou foi a massagem oferecida pela equipe da Novo Horizonte Associação Hospitalar na cidade de Santa Isabel. Essa equipe nos tratou com tanto carinho e cuidado que não poderia deixar de mencionar o trabalho deles aqui. Aliás, para quem quiser apoiar essa causa tão nobre, a Associação está aceitando doações via PIX no número (11) 99955-4849. Eles merecem todo o apoio que puderem receber.

E como toda jornada tem seus momentos de descontração, o encontro com o amigo Eduardo Pita foi uma grata surpresa no caminho. Eduardo, com seu bom humor e generosidade, nos ofereceu uma cerveja gelada, e eu, claro, não poderia recusar uma Heineken para dar uma quebrada no cansaço.

É sempre bom poder relaxar um pouco e dar boas risadas em meio ao esforço da caminhada. Vale ressaltar que nem todos aproveitaram esse momento etílico. Marcio e Deva, com disciplina invejável, preferiram não beber e seguiram focados no caminho à frente.

Depois de longas 10 horas e 3 minutos de caminhada, e exatos 45,1 quilômetros percorridos, finalmente chegamos ao nosso ponto de descanso da primeira noite: o Motel do Cowboy, na cidade de Santa Isabel.

A acomodação não era o que esperávamos, mas como bons peregrinos, improvisamos com o que tínhamos. Consegui uma suíte para os quatro, e apesar das circunstâncias, todos nós demos boas risadas com a situação inusitada.

Missão cumprida. A primeira parte da jornada terminou com a certeza de que os próximos dias terão novos desafios, mas também muitas recompensas. Caminhar até Aparecida é um exercício de fé e determinação, e cada quilômetro percorrido nos aproxima não apenas do destino, mas de uma maior conexão conosco mesmos, com nossos amigos e, claro, com a nossa fé. Essa experiência vai muito além do físico, é uma renovação da alma. Agora, que venha o segundo dia!