Último dia certamente vai reservar boas e emocionantes surpresas
Hoje foi o quarto dia da minha caminhada com os amigos Biro, Marcio e Deva rumo à cidade de Aparecida, e, diferente dos dias anteriores, foi o mais “tranquilo” até agora. Caminhamos cerca de 20 quilômetros, o que pode parecer muito para alguns, mas comparado aos 45 quilômetros do primeiro dia, aos 40 do segundo e aos 41 do terceiro, foi quase um descanso.
Com um trajeto mais leve, pude aproveitar um pouco mais o Hotel Faro, em Taubaté. A estrutura do hotel era muito boa, e o café da manhã foi um excelente reforço para o que tínhamos pela frente.
Mais uma vez, meus amigos da turma do Itaim Paulista demonstraram sua imensa boa vontade. Ricardo, sem que eu precisasse pedir, se ofereceu para levar minha mochila pesada até o hotel ibis Budget em Pindamonhangaba, nosso próximo destino. Foi uma ajuda e tanto, e confesso que já me acostumei com esse gesto de solidariedade que se tornou uma marca dessa caminhada.
O clima hoje colaborou bastante. O dia estava fresco, sem o Sol forte de outros momentos da peregrinação. Para melhorar, pegamos apenas alguns momentos de chuva, mas tivemos a sorte de não sermos surpreendidos durante a caminhada. Esse tempo ameno nos deu um fôlego extra, o que tornou o trajeto ainda mais tranquilo.
Dessa vez, eu e o Márcio não caminhamos com os amigos Biro e Deva. Desde o dia anterior, já sabíamos que, por conta da logística, precisaríamos seguir separados por algum tempo. Hoje, o trajeto foi feito em duplas, mas já estamos ansiosos para nos reunirmos novamente amanhã, no último dia da caminhada. Combinamos de formar o quarteto no quilômetro 99 da Dutra e, juntos, chegarmos à Basílica de Nossa Senhora Aparecida.
É curioso como essa caminhada, apesar de ser ligada à Igreja Católica, vai muito além dos limites religiosos. A fé que nos move, tanto a minha quanto a dos milhares pela Dutra, é algo que transcende. Não importa de onde você vem ou qual é a sua crença, o sentimento é o mesmo. Cada passo dado é motivado por algo maior, e isso nos conecta de uma maneira incrível.
Hoje, mais uma vez, fui surpreendido positivamente pelo meu corpo. Minha dor no joelho, que já me incomodou tanto, não apareceu. As assaduras na virilha, que pareciam ser um problema inevitável, também não me incomodaram. E o Márcio, que está lidando com calos nos pés, administrou muito bem as dores durante o percurso. Parece que a caminhada está nos fortalecendo, tanto fisicamente quanto emocionalmente, e cada quilômetro vencido é uma vitória pessoal.
Mais uma vez, digo que um dos prazeres dessa jornada é a oportunidade de observar a natureza ao nosso redor. Passando por esses lugares a pé, podemos ver detalhes que seriam impossíveis de notar se estivéssemos de carro a 120 km/h. A paisagem da região é simplesmente linda, e, por mais que estejamos cansados, esses momentos de contemplação nos renovam. É como se a natureza estivesse nos dando forças para continuar.
Ao chegarmos ao hotel ibis Budget em Pindamonhangaba, tivemos uma experiência um pouco frustrante. A falta de organização no local acabou atrasando nosso check-in em quase uma hora, o que, depois de uma caminhada de 20 quilômetros, não é nada agradável. Conversando com outros peregrinos, soubemos que alguns chegaram a esperar até seis horas pela liberação de um quarto. Felizmente, nossa espera foi bem mais curta, mas ainda assim, foi um contratempo que esperamos não se repetir.
Mesmo com a caminhada menor hoje, o cansaço ainda pesa. Cada dia de peregrinação é um desafio para o corpo e para a mente, e é fundamental descansar bem para enfrentar o próximo dia. Amanhã será o quinto e último dia, o que traz uma mistura de sentimentos. Estamos a poucos quilômetros de Aparecida, e, ao mesmo tempo que sinto que o mais difícil já passou, também sei que as emoções estarão à flor da pele quando chegarmos à Basílica. Serão 175 quilômetros de muita fé, superação, dores, alegrias e conquistas.
Agora, é hora de relaxar, repousar e me preparar para esse grande momento. Amanhã, ao cruzar a linha de chegada, terei muito mais para refletir e agradecer. O cansaço acumulado, as dificuldades enfrentadas e as dores sentidas se transformarão em gratidão. Gratidão por chegar até aqui, por ter amigos ao meu lado e por poder compartilhar essa experiência tão intensa.
1 comment:
MUITO MARAVILHOSO TUDO ISSO, FICO COM VONTADE DE PARTICIPAR, QUEM SABE O ANO QUE VEM.
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