Texto: Sérgio Dias
Fotos: Pixabay
O brasileiro tem uma grande paixão pelos peixes ornamentais, o que é chamado de aquarismo. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 11 milhões de pessoas têm aquários em casa no País.
“Para quem tem uma vida corrida, os peixes podem ser uma excelente escolha e têm algumas vantagens com relação a outros pets”, explicou o médico veterinário e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Frederico Fontanelli Vaz.
Para ele, ao contrário de gatos e cachorros, por exemplo, eles são silenciosos, ocupam pouco espaço, precisam de menos interação e requerem menos recursos para sua criação em casa.
Se você está pensando em ter peixes em casa, é preciso se atentar na hora de adquirir o animal, pois é importante saber sobre os hábitos da espécie, para evitar, por exemplo, de criar no mesmo aquário um peixe mais tranquilo e outro mais agressivo. Além disso, é preciso ter bastante atenção à limpeza da água e oferecer apenas alimentos indicados para a espécie adquirida.
E a prática do aquarismo é bem antiga e vem desde os egípcios antigos, que para estudar o nado e o comportamento dos peixes com o objetivo de prever cheias ou secas no Rio Nilo, construíam uma espécie de tanque de argila e vidro. Com o passar do tempo, a prática se ampliou para a China, Japão, Europa e virou um hobby e se espalhou pelo mundo.
Os peixes se alimentam na natureza quando estão com fome e quando há alimento disponível. Podem se alimentar várias vezes ao dia, mas depende do hábito alimentar da espécie, se é herbívora, onívora ou carnívora.
A alimentação em excesso dos peixes ornamentais pode causar problemas de saúde, por isso o tutor deve tomar cuidado em não oferecer alimento em excesso ao animal.
Também é preciso ficara tento com o acúmulo de sobras de ração no fundo dos aquários. Essa sobra de alimento pode modificar a química da água, aumentar os níveis de toxinas e ser muito prejudicial à saúde dos peixes.
Como a maioria dos peixes não tem pálpebras, eles não podem fechar os olhos, parecendo estar sempre acordados. Para descansar, eles buscam um local mais aconchegante numa determinada parte do aquário.
Mas eles não dormem profundamente como os mamíferos terrestres, por exemplo. Eles parecem mais reduzir sua atividade e metabolismo enquanto permanecem em estado de alerta, tendo funções restauradoras similares à atividade de dormir dos humanos.
Embora eles não tenham orelha externa, possuem orelha interna que os torna capazes de captar sons e vibrações vindos da água. No ambiente doméstico, o barulho da casa pode irritá-los, deixando-os estressados e isso pode atrapalhar seu apetite, crescimento e reprodução.
Assim como acontece com os humanos, os peixes precisam trocar oxigênio com o ambiente. O peixe Betta, por exemplo, possui um órgão chamado labirinto que permite a respiração fora da água. Assim, ele pode subir até a superfície para respirar. Caso a água do aquário esteja com pouca disponibilidade de oxigênio ou encontre algum empecilho para emergir, ele pode morrer sufocado. Por isso, é importante que os tutores fiquem atentos com a troca de água.
Algo que poucos sabem é que os peixes bebem água. Eles absorvem água através da pele e brânquias num processo chamado de osmose ou osmorregulação. Assim, regulam a quantidade de sais no interior de seu organismo.
É uma espécie de troca de fluidos com o ambiente. Exemplo: um peixe sem essa capacidade, se for colocado no mar, perderia água de seu corpo por osmose, podendo desidratar e morrer. Isso também ocorreria se um peixe de água doce fosse colocado em água salgada.
Assim, o peixe de água doce tem mais sais em seu organismo do que a água do meio externo: a água entra em seu corpo naturalmente, e ele não precisa beber água. Já os peixes de água salgada precisam absorver muita água para garantir o equilíbrio do organismo, pois eles têm menos sais do que o ambiente externo e a água sai continuamente do seu corpo.
Essa curiosidade é bem interessante: os peixes fazem bastante xixi e a urina do peixe de água salgada é mais concentrada do que a do peixe de água doce. Além disso, eles também fazem fezes na água, por isso é importante manter a limpeza do aquário.
Por fim eles sentem frios, pois são animais ectotérmicos, cuja regulação da temperatura do corpo depende de fontes externas, como a luz do sol ou superfícies quentes. Dependendo da espécie envolvida, os aquários precisam ter fontes térmicas. Expostos a temperaturas baixas, o metabolismo desses animais pode desacelerar, reduzindo até o apetite dos bichinhos.
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